Esperar?




Ontem eu estava assistindo a uma live de uma streamer e no último episódio houveram alguns comentários sobre a atitude de um dos personagens. Foi interessante o breve debate que se iniciou, pois trouxe à tona algumas coisas sobre relacionamentos.

Mesmo sendo um desenho animado, havia várias mensagens implícitas na narrativa, desde a solteirice até a separação repentina e sonhos individuais.

O expectador que suscitou o debate sobre a escolha individual do personagem ao priorizar o próprio sonho ao invés de ficar com sua parceira, levantou a questão do livre arbítrio, da livre escolha e da vida em parceria.

Como bem apontou a streamer, não podemos julgar apenas pelas cenas que nos foram mostradas, mas condenar o personagem de forma tão superficial demonstrou o quanto o sonho e anseios individuais ainda são um tabu para um relacionamento a dois.

Até que ponto devemos sacrificar nossos desejos em nome de manter um relacionamento a dois, e talvez, ter de lidar com a frustração do “E Se” eu tivesse feito tal coisa sem ter que culpar o outro por minha escolha?

Até que ponto o outro pode interferir, e vice-versa, no livre-arbítrio do outro?

Casal unido é casal frustrado? Ser solteiro é tão condenável?

Foi interessante ler as opiniões diversas sobre o assunto.

O que é um relacionamento tóxico? Ou uma parceria tóxica?

Na história do casal em questão, até que ponto a parceira que foi deixada, também pode ter sua responsabilidade em escolher viver só, alimentando a lembrança daquele que se foi? E quanto a sua responsabilidade em talvez não apoiar o sonho do parceiro, culminando na separação tão aparentemente gélida e egoística?

Não seria também egoísmo tolher o outro ao nosso próprio interesse e apego?

No fim da discussão, outra pergunta ficou no ar, você esperaria pelo retorno de seu parceiro(a), mesmo sem saber por quanto tempo?

O casal ficou separado por 20 anos. A mulher não teve filhos, e aparentemente, o homem também não, apesar de ter alcançado um enorme sucesso na carreira que escolheu, pois era este, o seu sonho. Ou seja, ele realizou o sonho que tinha, porém, ainda assim, sentiu o peso da ausência de sua parceira e foi incapaz de substituir coisas que só ela fazia.

O final foi feliz, ambos se reconciliaram e passaram a viver o seu sonho de casal juntos, ao abrirem um restaurante na mansão que compraram anos atrás, e que agora, era um local movimentado e aconchegante, não sendo mais o retrato do frio e da solidão das paredes erguidas.

Aqui fica a pergunta: Você esperaria pelo seu amor?

 


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